Diário Pessoal #1





Achei por bem fazer essa publicação. Achei por bem continuar a falar sobre o assunto porque iguais a mim, há milhentas meninas (e até meninos) que se sentem observadas por terem a sua marca única estampada no corpo, cada vez que chega o Verão. 

Como já tinha explicado aqui - o que se passa cada vez que me arrasto pelo centro comercial ou mesmo na rua. 

Passo a explicar a minha pequena, espinhosa e apedrejada caminhada até aos dias de hoje. Nasci com um problema nos pés, algo chamado pé boto. Eu ajudo-vos a ilustrar, basta imaginarem alguém com os pés virados para o lado de dentro. Não, não é em posição de bailarina, é ao contrário! Isso levou-me a fazer várias intervenções cirúrgicas desde pequena, desde os primeiros dias até aos meus 24 anos. Infelizmente, tive complicações ao longo destes anos - tendões pouco desenvolvidos que me reduziram a mobilidade dos dedos dos pés e meteram-nos em posição de garra. Já para não falar que não posso usar saltos, pois o meu pé direito, que foi o que sofreu mais operações de tendões, ossos e sabe-se-lá-mais-o-quê não faz a curva. E vocês perguntam: como assim? Não faz curvatura, é plano, portanto saltos altos - para mim, nunca. (Obrigada Plataformas por existirem). Com o meu problema de nascença, surgiu há dois anos o problema do joelho! As notícias não eram as melhores, mas havia solução : operar. Senão daqui a uns anos provávelmente não me iria mexer e não teria joelho! A minha cicatriz ficou impecável. Acho-a linda. A última cicatriz, é na barriga, devido a uma complicação à nascença também! Oh mãe! Podias ter tido um pouco mais de espaço, não? Já conto com uma média de 15 operações e nunca me importei com as assinaturas que os médicos foram deixando. 

Outra particularidade que posso incluir neste pequeno "manifesto" é a minha mancha de nascença na mão. Normalmente as perguntas pergunta-me : "queimaste-te?" e a minha resposta é sempre a mesma : " eu gosto de brincar com o fogão". As pessoas, as inteligentes ficam minimamente desconfortáveis e outras simplesmente nem se apercebem da idiotice que perguntam. Se fosse queimado, a minha pele era uma montanha-russa, cheia de relevo. Não é necessário ser médico para entender que esta minha mancha é apenas um pigmento. 

Passemos ao que interessa. Coisa que não suporto é pessoas estúpidas, pessoas ocas, cabeças de vento. Apanho todos os dias pessoas assim. Deixa-me agoniada tanta estupidez numa só pessoa. Falo das pessoas que fazem questão de olhar para uma cicatriz descoberta. "Olhe, Olhe à vontade". É assim que eu respondo a olhares pouco discretos e ainda reajo pior com olhares indiscretos - com uma lata enorme - que se põe aos segredinhos, como duas crianças a falar mal de uma terceira, por causa de um peluche. Segredinhos com olhares muito directos, com ar de nojo, medo, como se uma cicatriz fosse uma doença contagiosa. Corram, muito, saiam-me da vista, criaturas! Na maior parte das vezes estes olhares passam-me ao lado, mas outras é quase impossível. Sabem aquelas pessoas que querem e tentam ser discretas, mas só fazem pior? E ainda caiem no erro de comentar seja o que for? Ora bem essas pessoas são as minhas favoritas. Aquelas que não têm mesmo nadinha na cabeça e só se contentam em ver os problemas dos outros. Qual problema qual quê? Graças a Deus, não os tenho. Foram resolvidos com muitas horas de anestesias, muitos bisturis, pontos, muitas fugas do pré-operatório e de muita paciência e apoio familiar. (Sim eu viro o Hulk, assim que entro no bloco operatório e até bato nos enfermeiros). Problemas, é o que as pessoas têm quando agem sem pensar e de forma nada discreta. É como se o cérebro lhes parasse ali, naquele momento. 

Nunca tive problemas, desde pequena, sempre encarei as minhas cicatrizes como minhas. As minhas marcas de guerra, as minhas tatuagens únicas. Quem é que se dá ao luxo de ter assinaturas de médicos? Eu tenho várias, cerca de 9 cicatrizes. Uma operação, quase, para cada ano de vida. Um recorde, talvez. Aceito-me como sou. Ando de chinelos, com as cicatrizes ao vento a refrescarem-se - também têm direito. Ando de calções a pavonear o meu joelho e a sua linha bem marcada na pele. Ando de bikini na praia a mostrar a minha cicatriz da barriga como se não houvesse amanhã. Ando na praia, com cada uma das cicatrizes destapadas. Complexos para quê? Nasceram comigo! 

Quanto às pessoas que olham, param, falam e dizem asneirada atrás de asneirada digo-vos: estejam caladas. Olhem e sigam o vosso caminho. Ou não olhem, mas sigam o caminho, porque graças a Deus, tenho a minha própria personalidade que não compactua com gente estúpida. Tenho o meu mau feitio que por vezes me dá jeito - jeito de mandar as pessoas ir dar uma volta ao bilhar grande, quando as oiço a segredar com o próximo a olhar fixamente para uma das minhas milhentas cicatrizes. Força para me chegar perto de pessoas que não conheço de lado algum e lhes digo educadamente e com todas as letras "atrasada é você" ou "anormal é você". Acreditem que isto aconteceu e eu só me posso rir destas situações, pois mostra, infelizmente, a tristeza da nossa sociedade de mente tacanha. Uma sociedade que só está bem a comentar o alheio e nem se apercebe que poderá deixar a pessoa desconfortável com olhares ou comentários. 

Um dos episódios que talvez me tenha marcado mais foi quando ainda estava no ensino secundário. Tinha atestado médico todos os anos mas era obrigada a carregar com pesos, correr e tudo aquilo que o médico me tinha proibido. Mas não, a atrasada do hospital, como o professor me chamava, obrigava-me a fazer tudo e mais alguma coisa. Felizmente, o meu péssimo feitio serve para alguma coisa - mandar o dito cujo para um certo sítio - aqui a menina do hospital, a atrasada do hospital, mandou o professor calar-se e deu-lhe uma lição de moral. Após este lindo e maravilhoso episódio, deixei de ser a menina do hospital e deu-me o nome de Sara

Em dias de verão não vou deixar de usar o que quero, seja bikinis, calções, saias, vestidos. Não vou, recuso-me. Recuso-me a dar vitória a pessoas estúpidas, ocas. Não dou e faço questão de andar à lá verano. Faço questão também apanhar comentários no ar de voyers indiscretos e esfregar-lhes na cara que apanhei em flagrante. Faço ainda mais questão de parar, respirar fundo e mostrar indirectamente, mas bastante directamente, a cicatriz - atirando à cara do desconhecido que não sou nenhuma coitadinha, nenhuma atrasada mental e muito menos limitada! 

Como pedi na publicação do facebook, volto a pedi-la aqui : Se virem alguém a mancar, a andar torta, com uma perna postiça, e até com trissomia 21, passem apenas o olhar, como se estivessem num café na conversa, não passem o olhar e fiquem fixamente a olhar como se fosse um cancro, algo contagioso só pelo olhar. Todos nós temos sentimentos. Se acham que ninguém se apercebe que está a ser observada, enganam-se: apercebem-se. Tenham o cuidado de não deixar ninguém desconfortável - ninguém tem esse direito. 

Tu que tens cicatrizes ou outras particularidades - tuas e só tuas, não te acanhes. Não te deixes que te deitem abaixo. Não deixes que te chamem nomes, nem seja indiscretos a roçar o ridículo. Faz frente, ergue-te, continua, despreza ou responde de forma educadamente "atrasada é você". Mostra o dedo do meio e sorri. Ou melhor : sorri e segue. Eu amo-me. De uma maneira louca. Aprende a gostar de cada detalhe teu. 

Deixa-me segredar-te algo : És linda! És linda como és, os teus defeitos fazem ser-te quem és, senão seriamos todas iguais! 

Ninguém sabe da vida de ninguém. Ninguém sabe o que X ou Y passou. Ninguém tem o direito de ser indelicado no silêncio ou no proferido. Ninguém.






I felt like I should write this post. I felt like I should touch the subject since there are many like me, thousands of girls (and boys) who feel watched for having their own unique mark on their body whenever summer is knocking on their door. As I had already explained here - this takes place whenever I walk arond the mall or the street. Let me start by explaining my rocky and thorny road up until today. I was born with a problem on my feet, something called club foot. Let me paint you the picture, imagine someone with their feet bending inwards. No, not like a ballerina, the complete opposite! Because of this condition, I had to undergo several surgeries since I was little, from my first days of life up until my 24th birthday. Unfortunately, I had a few health issues across the years - such as underdeveloped tendons which not only reduced my mobility but also made my fingers look like claws. Not to mention that because of this I can't wear heels since my right foot, which is the one which underwent the most sugeries to its tendons, bones and whatever else, doesn't have the usual curvature. Now you ask me: how come? Well, it doesn't have that small curvature in it, it's flat, so I will never be able to wear heels. (Thank you for existing, platorms). Along with this birth problem I had to face some problems on my knee, two years ago! Not the greatest news, but there was a solutions: surgery. Otherwise I wouldn't be able to move in a few years and wouldn't have anything I could call a knee! My scar came out flawless, though. I think it's gorgeous. My other scar is on my stomach, again, thanks to some complications during birth! Oy, mother! You could've given me some extra room, huh? I have at least 15 surgeries under my belt and I was never bothered by the "signatures" my doctors have left on me. Another little peculiarity I can add to this "manifest" is my birthmark on my hand. Usually people ask me: "did you burn yourself?" and my usual reply is: "I love to play with the stove." People, the slightly smarter ones, are left a little uncomfortable by the question while the rest hardly realises how dumb their question was. If it was a burn my skin would be a rollercoaster with highs and lows. It doens't take a PHD to realise that this is a birthmark. Let's cut to the chase. If there's something I can't stand it's stupid people, hollow folk with air for brains. I bump into people like this everyday. It makes me sick how much stupid fits into one person. I'm talking about those people who absolutely MUST stare at someone's scars. "Take a good look." That's how I answer those poor attempts at a discreet glance, and you can bet that I'm far less kind towards any indiscreet glances that - without shame - are acocmpanied by whispering, as if two brats were badmouthing a thrid one over some plushie. Whispering, prying eyes, disgust, fear, as if a scar was something contageous. Run, quickly, get out of my sight creatures! Most of the times I turn a blind eye, but now and then there's no way around it. Do you know those people who ty so hard to be discreet but only make things worse? And then make the mistake of commenting about whatever? Well, those are my "favourites". Those who are so superficial and have so much empty space in their heads and are only happy when pointing out the problems of others. What problem? Thank god I have none. They were all fixed with several hours of anesthesias, scalpels, stitches, many escapes from the surgical block and a lot of patience and support from my family. (Yeah yeah, I turn into the Hulk as soon as I set foot in the block, I even hit the nurses.) Problems, issues, is what people have when they act before they think and in such a blatant way. It's as if their brain just stopped, right there and then. I have never had any issues, even as a child, and I always thought of my scars as my own. My own war-scars, my unique tattoos. How many people can say that they have autographs from their doctors? I do, plenty, around 9. A surgery per year of life, give or take. A true record, maybe. I accept myself as I am. I wear slipper, with my scars enjoying the breeze - they deserve it. I wear shorts, showing off my knee and its sharp line on my skin. I wear bikinis at the beach to show-off the scar on my stomach as if there was no tomorrow. I show off my scars at the beach. Why should I be embarassed? They were born with and on me! As for the people who stop, look, gossip and talk trash, let me tell you something: shut up. Take a good look and move on with your lives. Or don't look and keep moving because, thankfully I have my own personality and it doesn't go with stupid people. My terrible temper comes in handy sometimes - it helps me tell people to go get bent when I hear them talk behind my back and staring at my scars. It gives me strength to approach those people and tell them "you're the cripple" or "you're the retard here". Believe me, this has happened and I can only laught about it as it, unfortunately, illustrates how small-minded and sad our society is. A sort of society that is only happy when it makes someone uncomfortable with stares and gossip. Perhaps the hardest situation so far was during highshcool. Every year I had a doctor's leave but I was forced to carry weights, run and do all the things my doctor had forbidden me of doing. But no... the Retard from the Hospital, as my P.E teacher called me, forced me to do everything the other kids did. Fortunately, there was my bad temper - it allowed me to tell him to bugger off - the Retard from the Hospital shut him up and gave him a small lecture on morality. After this episode, he started calling me by my name, Sara. I'm not going to stop wearing what I want in summer, be it bikinis, shorts, skirts or dresses. I won't, I refuse. I refuse to let hollow, idiotic people win. I won't and I'll be sure to walk around à lá verano. I make an effort to catch every comment from indiscreet voyeurs and rub it on their faces that I caught them red-handed. I also make sure I stop, breathe in and show, in a very direct, indirect way my scar - showing the stranger I'm no poor-soul, no retard and much less a cripple! As I asked on my facebook post, I ask you here: If you see anyone limping, walking in a different way, with a fake leg or with trisomy 21, don't stare, just look around normally as you would if you were having a coffee, don't stare as if it was cancer or some highly contageous. Every single one of us has feelings, after all. If you think people are none the wiser when you're watching them, you're sorely mistaken: they know. Be mindful and avoid making others uncomfortable - no one has that right. You, the one with scars or other unique features - only yours, don't be shy. Never allow others to kick you down. Don't let others insult you or be indiscreet. Move on, stand up, keep going, ignore them or reply, in the most polite way "you're the only retard here." Flip them the bird and smile. Better yet: smile and keep walking. I love myself. In a crazy way. Learn to love every single of your details. Let me tell you a secret: You're gorgeous! You're stunning the way you are, your flaws make you who you are in a great way, otherwise we'd all be the same! No one has anything to do with somebody else's life. No one knows what X or Y went through. No one has the right to be unpolite whether in silence or in a spoken way. No one.

Partilhar:

35 comentários

  1. Eu também tenho duas dessas manchas na perda direita e desde sempre que também perguntam se são queimaduras ou borbulhas (gigantes) xD Cada um é como é, devemos ser felizes com o que temos e somos :)

    ResponderEliminar
  2. Não conhecia esta tua história mas fiquei maravilhada pelo teu à vontade com toda esta situação, you go girl !!
    Força nisso e não deixes ninguém te deitar abaixo , essas cicatrizes são parte de ti e da tua história, as tuas marcas .

    Beijinho <3
    www.watermelonclouds.tk

    ResponderEliminar
  3. Há uns anos também tive um problema de stress/ansiedade e só coçava-me, o que originou muitas borbulhas na pele e ainda hoje tenho as marcas. Ao princípio era difícil usar roupa de verão porque todos olhavam e como era pequena era aquela coisa de ser gozada. Agora tenho pequenas marcas nos joelhos devido a uma brincadeira de miúdas e as manchas ainda continuam lá e se me preocupo? Fico como aquela cantora "Tô nem aí". Uso toda a roupa de verão e quero lá saber se olham! Eu já te vi diversas vezes na FLUL com roupa de verão e sinceramente não reparei em n-a-d-a-, nem mesmo com sandálias! Acho-te muito linda e não deves ligar ao que te dizem, afinal "you are beautiful no matter what they say".

    ResponderEliminar
  4. Não podia concordar mais ! Tb tenho algumas cicatrizes a maior parte por minha culpa porque sou o desastre em pessoa e nem me lembro que as tenho....
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  5. Como te compreendo. Durante anos batalhei e batalho contra esses olhares, posso dizer-te que sorri mesmo muito ao perceber que neste mundo por vezes atrasado não sou a única que vê certas particularidades no corpo como únicas e não como algo anormal. Cheguei a pesar 120 kilos, fui bulimica durante 7 anos, e fiquei com cicatrizes de ter emagrecido, as estrias, e sequelas psicológicas que ninguém sonha. Cheguei a odiar-me, e a nem querer ver-me ao espelho, mas depois olhei para trás e como tu sorri e vi o quanto superei. Somos mulheres de guerra e lindas por particularidades que contam a nossa história.
    Isto para dizer, que te acho linda, e concordo com o que dizes, e sigo a mesma linha de pensamento.
    Beijinho*

    ResponderEliminar
  6. Gostei bastante do post! Confesso que tenho um complexo com as minhas pernas e os meu braços. Tenho alergias de pele, e por vezes no caso das pernas, a parte de tras dos joelhos, fica negra e eu sou branca. è devido a um problema de pele, mas ja fui muito goza a dizerem que nao limpava bem as pernas, quando era a pele com problemas :/

    *hugs da Naipes*
    http://ladynaipes.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  7. Primeiro que tudo deixa-me dizer-te PARABÉNS pelo texto magnífico!
    Segundo deixa os saltos nós mulheres até descalças somos bonitas <3
    Terceiro Obrigada por estas palavras"Deixa-me segredar-te algo : És linda! És linda como és, os teus defeitos fazem ser-te quem és, senão seriamos todas iguais!" Ás vezes é tão bom ouvir coisas destas!
    Sofro de obesidade sofri de bulling agora já nem tanto mas, ouvir coisas destas até deixa o meu dia/noite mais feliz<3
    ÉS LINDA!

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  8. É isso mesmo, não há que ter vergonha. Também tenho problemas nos joelhos e já fui operado. A minha cicatriz não tem nada a ver com a tua, mas há que andar com ela com orgulho e não vergonha, são marcas de guerra.
    -
    Diogo Marques
    Blog: A culpa é das bolachas! | Facebook | Instagram
    -

    ResponderEliminar
  9. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  10. Sabes, também tenho uma cicatriz bem grande na parte de cima da perna, um pouco a baixo da anca. Nasci com um nevo (termo médico, para mim era um sinal) bem grande na perna, e toda a minha vida tive imensos complexos com isso. Sempre odiei, sempre escondi! Ir para a praia para mim era um tormento só de pensar que o sinal iria estar a descoberto. A minha mãe, a minha irmã, sempre me disseram que aquilo não tinha importância nenhuma, que ninguém reparava! Mas como podiam não reparar?? Sabes quem foi sempre a pessoa mais dura comigo? eu própria! Há três anos decidi, alias, já tinha decidido desde pequena, remover o sinal. A médica cirurgiã plástica avisou-me logo que a cicatriz iria ser maior que o próprio sinal, bem maior. Mas eu disse logo que não me importava. Queria era tirar aquilo dali! A cicatriz abriu bastante, não sarou nada bem, é super vermelha e com relevo. Posso dizer que hoje ponho-a a descoberto sem qualquer problema. É só uma cicatriz god damn it!!! Gostei muito de ler o teu texto porque revejo-me somewhat nas tuas palavras! Tu és tramada Sarita, a descompores assim as pessoas ahaha ;) Beijinho!

    ResponderEliminar
  11. É assim mesmo! Não há que ter vergonha. Faz 5 anos daqui a um mês que fui operada à coluna (tinha escoliose) e como estava muito avançada, tive de ser operada no espaço de 1 ano. Tenho uma cicatriz grande nas costas e orgulho-me imenso dela! É única e especial, tal como a tua! É linda, badass. As pessoas que comentam são puramente ignorantes e não têm nada para fazer. Sei o que isso é, mas ignora. Fuck them :D Mostra com muito orgulho a tua cicatriz, porque é linda e só tua <3

    ResponderEliminar
  12. olha se tu não falasses eu nem tinha reparado. E eu por acaso acho gira a marca que tens na mão. são essas coisas que nos tornam únicas, right?

    ResponderEliminar
  13. Querida Sara, já to disse e repito. Tu és linda por fora e por dentro e nunca mudes!

    Tenho as pernas do joelho para baixo cheias xe manchas porque tenho alergia ao calor (sim isso existe para quem nao sabe) e faz borbulhas e uma comichao louca, e de coçar desde sempre as vezes ate fazer sangue, fiquei cheia de cicatrizes. Nunca vou deixar de usar calcoes e saias por causa disso!!

    Beijinhos e saudades**

    ResponderEliminar
  14. Como já disseram, se não falasses penso que nunca iria reparar. Quando pões alguma foto no blog o que mais transparece é a tua personalidade: forte, determinada, sem igual. O resto só vem com o pacote e, claro, faz-te a ti e a cada um de nós único. :)

    ResponderEliminar
  15. É isso mesmo... e já falámos tanto disto. És linda :) Não há mais nada a dizer <3

    ResponderEliminar
  16. Querida Sara,
    Admiro profundamente a tua forma de agires nessas situações, de te colocares em frente dessas pessoas e fazê-las entender que na realidade quem tem problemas, são elas.

    Mas... Fiquei muito triste quando escreveste 'como se fosse cancro ou algo contagioso'.
    Não sei se foi um problema se expressão teu, ou um problema de compreensão meu.
    O que é certo é que, ter cancro, fazer quimioterapia, ficar sem cabelo, andar sem peruca e com a cabeça 'nua' porque há confiança e à vontade suficiente para tal, e ouvir comentários como 'olha-me aquela gaja! Que corte de cabelo! Coitada!'.
    Estes comentários são sentidos de igual forma, é exactamente a mesma coisa. Percebes onde quero chegar?
    Ter uma condição física diferente, ter uma deficiência, ter cancro ou uma doença contagiosa, está tudo dentro dos mesmos parâmetros. Se quem tem um aspeto físico pouco comum para a sociedade preconceituosa e estúpida de hoje, deve ser tratado como um 'igual'. Alguém com cancro ou seja lá com que doença for tem de ter o mesmo respeito e dignidade.
    Como muitas vezes digo, chamam 'especiais' a portadores de diferenças (porque me recuso a chamar-lhes deficientes ou doentes... Deficientes e doentes, somos todos), mas, não seremos também, todos 'especiais'?

    Pois olha... Na minha opinião, o que é belo é a diferença. A diferença interior, pois é ela que nos mostra as pessoas com carácter e as pobres de espírito.

    ResponderEliminar
  17. Venho aqui dar também o meu tributo a uma menina espantosa e por quem tenho uma grande admiração, mas também o meu contributo. Eu também nasci com algumas pequenas particularidades embora mais invisíveis também já fui discriminado por tal. Por isso Sara o meu obrigado pelo post. Beijinhos.

    ResponderEliminar
  18. Já tinha lido, mas ainda não tinha tido oportunidade de comentar aqui. Fiquei a admirar-te ainda mais, depois deste post :)

    ResponderEliminar
  19. É triste quando temos que vir dizer aos outros para estarem calados porque não conhecem a nossa história e por isso não podem dizer algo por pura ignorância, mas quando o fazes ganhas respeito da parte deles. Quem dera isso não fosse preciso e teríamos seres humanos mais conscientes do seu papel neste mundo ou menos medíocres pelo menos.
    Gosto da tua história, não conhecia esta patologia e agora ainda mais esclarecida fico com o teu exemplo. Se nunca tivesses dito, nunca saberia e se um dia estivesse contigo nem repararia, porque gosto é do teu sorriso, do teu coração amoroso e da tua forma de comunicar aqui no blog. Quero que saiba que adoro-te e estarei sempre aqui, torcendo pelo teu sucesso! Um beijo grande!

    ResponderEliminar
  20. Muitos parabéns Sara, não é qualquer pessoa que tem essa força que mostraste ter através desta publicação. Acho que, o que fizeste, foi dar voz a tantas outras pessoas que talvez se sintam inseguras ou desconfortáveis seja por que razão for. Admiro muito isso!

    ResponderEliminar
  21. Confesso que nunca tinha reparado em nenhum desses pormenores (que são só e apenas isso), mas sabendo ou não da sua existência é igual. Sempre te achei lindíssima e continuo a achar. E para além de linda acho que és bastante corajosa. Fazer uma publicação deste género, sendo blogger de moda, num meio que é tão crítico e duro em relação ao físico, é algo que nem todos têm capacidade para fazer. Fiquei ainda mais fã de ti, do teu blog, dessa força e determinação que me contagiou. Não te admiro mais por causa das cicatrizes, admiro-te sim pela forma como encaras toda essa situação e não deixas que ela te defina. Parabéns. Muitos beijinhos, Andreia Pereira.

    ResponderEliminar
  22. Olá Sara! Olha antes de mais quero te dizer que tu não tem noção do impacto que as tuas palavras o teu texto tiveram sobre mim, não fazes a mais pálida ideia! Já li o teu texto cinco vezes e cinco vezes já chorei e ri. Adoro a maneira como escreves, como colocas as palavras e misturas emoção e depois dás um toque de humor , fascinante! A minha filha infelizmente nasceu com o pé-boto bilateral, e num grau muito elevado, foi um choque, já chorei tantas lágrimas que se pode comparar ao rio Nilo! A minha Cris tem 15 anos ,já fez muitas cirurgias, tem cicatrizes profundas nos pés, na parte traseira das pernas e nos calcanhares, tem os pés pequenos para a altura que tem e está naquela idade em que a auto-estima está lá em baixo, e tenho receio que ela nunca a conquiste, já foi alvo de olhares e perguntas parvas.( somos um povo, com uma mente tão pequenina)Comprar calçado devia ser um acto de alegria para qualquer mulher em qualquer idade, aqui é mais um acto de tortura.Ela é tão doce e louca ( adora ser operada) faz amizade com médicos e enfermeiras. A minha Cris é uma miúda fantástica, super educada, meiga, um doce, tenho medo que a magoem que ela não saiba levantar a cabeça e seguir em frente. Ela não exterioriza, mas sei que tem complexos, ai…… como necessitávamos de uma Sara! Continua a fazer magia com as tuas palavras, a tocar corações e mentes, és linda por fora e por dentro, és uma guerreira. Um grande beijinho e um grande bem haja. Ass: Lucia Madeira




    ResponderEliminar
  23. Confesso que nunca tinha reparado em nenhum desses pormenores (que são só e apenas isso), mas sabendo ou não da sua existência é igual...Parabéns pela forma como encaras toda essa situação e não deixas que ela te defina,beijinhos enormes e continuação de muito sucesso,aqui no blog,e na vida!!!!

    ResponderEliminar
  24. Sara comovi me com o teu post , à 1 ano eu fiz uma cirurgia à coluna e tenho uma cicatriz enorme nas costas de cima até a baixo , foi praticamente à coluna toda e não dá para disfarçar . tive de andar este tempo todo com ela coberta , por causa do sol e para nao fazer mal à cicatriz porque é uma zona sensivel mas as pessoas perguntam me : "tens vergonha da cicatriz , por isso é que andas mais protegida das costas" , ao qual respondo sempre " eu nao tenho vergonha é algo que passei muitas dificuldades se nao fosse ela amanha poderia andar numa cadeira de rodas, simplesmente nao posso por enquanto porque é uma zona sensivel e se apanhar sol ela vai ficar muito escura e pode tambem fazer mal " e é so por isso que ando mais tapada, mas este verão estou ansiosa por mostrá-la "ao mundo" por vestir o que quero e já me mentalizei que haverá pessoas que irão olhar fixamente ou mandar bocas mas eu quero lá saber ! São gente oca, como tu dizes...já quando eu andava a usar o colete para a coluna as pessoas olhavam me de lado e cochichavam e até me gozavam , custou me mas agora se for preciso farei como tu ! Responderei à letra! Obrigada por este post e desculpa este "pequeno " desabafo, mas é tao bom encontrarmos alguem que entenda o nosso problema :) Beijinhos linda , e as nossas cicatrizes são lindas ♥♥♥

    ResponderEliminar
  25. Olá Sara, adorei ler o teu post e identificarei-me bastante com ele. Também tenho uma pequena particularidade em mim que desde sempre foi alvo de troça, chacota e olhares indesejados... Tenho um olho "preguiçoso". Ao longo dos anos consegui ir controlando a situação sendo agora quase imperceptível, mas quando estou cansada é impossível esconde-lo e oiço sempre um comentário do género "que aconteceu com teu olho?", deixa-me desconfortável e um pouco em baixo. Este teu texto fez-me perceber que cada um é como é e vão sempre haver comentários menos agradáveis, só temos de os ignorar e seguir em frente.

    Obrigada pelo teu post, nem imaginas a força que me deste :D

    Beijinho, Ana Beatriz
    http://anabsgeraldo.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  26. Só agora subscrevi o teu blog e fiquei tua fã pela força e firmeza que mostras ter. Nós somos como somos e cada um tem as suas particularidades mais ou menos visíveis. Mas infelizmente este mundo é assim...
    Temos que combinar aquela saída que ficou pendente <3
    Mariana Gemelgo

    ResponderEliminar
  27. Olá Sara!
    Que nada, problemas de saúde ou gente estúpida, te impeça de seguir com a tua vida e sucesso!
    São as pessoas que sabem ultrapassar as dificuldades e aprender e crescer com isso é que são uma inspiração!
    Cerca-te de pessoas que te saibam apoiar nos momentos "down" (todos os temos!) e o resto... bem é como diz a Taylor Swift: "Shake it off!!!" :D
    Força!
    Bjs
    Maria

    ResponderEliminar
  28. É complicado as pessoas não olharem para o que é diferente, e complicado para ti também. O mundo infelizmente será sempre assim, e todos os dias vais ter que acordar, levantar-te e dizer eu posso com o mundo ás costas. E isso faz de ti não uma escrava do mundo, mas alguém que luta para mostrar aquilo que vale a pena. A vida. Beijinho

    http://giselapascoal.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  29. NÃO ACREDITO!! Nunca soube de ninguém que nasceu com o mesmo problema nos pés que eu, felizmente só precisei de 1a cirurgia aos pés antes de fazer 1ano, tenho uma cicatriz em cada pé e nao me incomoda absolutamente nada. Fico triste por teres tido o azar de passar por essas cirurgias todas mas o que não nos mata. torna-nos mais fortes!! um grande beijo :)

    http://insporcelain.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  30. Vim dar ao teu blog assim por acaso. A princípio, vim só com a expectativa de ler mais um blog de moda e de o seguir pela sua simplicidade e qualidade fotográfica, até que me dei de caras com este teu post. Bastou os meus olhos passarem por este texto super inspirador, que numa fração de segundos te tornaste provavelmente a minha blogger favorita. És uma inspiração, um exemplo de coragem e determinação. Posso não ter qualquer tipo de problemas, peço desculpa, marca física que caracterize o meu ser, mas convivi com pessoas que a adquiriam e sei o quão horrendo e desconfortável é as pessoas olharem descaradamente, porque eu também o sentia. É verdade que na sua maioria, as pessoas nem têm a consciência do que estão a fazer, o que faz com que essa ação não seja realizada com o propósito de deixar mal alguém, mas mesmo assim... não fica bem.
    Do que eu li, gostei imenso da pessoa que transmites a nós - leitores - ser. Adoro a tua confiança e quem dera a muitos (que de certa forma, são encarados nesta sociedade em que vivemos como ''normais'') a ter.

    Beijinhos!!! Concha

    ResponderEliminar
  31. Também tenho uma cicatriz grande na barriga e umas mais pequenas espalhadas pelo corpo mas felizmente nunca sofri olhares indiscretos ou comentários. Acho que se nos sentirmos bem como somos é o primeiro passo para isso não nos incomodar minimamente. A mim nunca foi uma cicatriz que me fez sentir pior comigo mesma, aliás preocupa-me mais o sofrimento pelo qual tive que passar antes de a ter.

    ResponderEliminar
  32. Olá, Sara.
    Dei com o teu blogue por causa do movimento #viveatuabeleza. Eu também nasci com o pé boto, apenas o direito, e fui operada 7 vezes até aos 16 anos. No primeiro ano de vida, usei gesso, o que fez com que o músculo da perna não de desenvolvesse como o outro. No meu caso, a diferença entre as duas pernas é bastante notória, o que faz com que perceba perfeitamente aquilo que escreves. Aliás, estava a ler o teu post e a rever-me em cada linha. Ou quase. É que, infelizmente, não cresci com a tua auto-estima. Só depois de adulta é que comecei a ultrapassar os meus complexos. O ano passado, aos 35 anos, saí de casa pela primeira vez com as pernas destapadas e senti o sabor da liberdade e como é não querer saber o que os outros pensam. As pessoas olham, sim, acho que faz parte da natureza humana, uma espécie de curiosidade mórbida pelo que é diferente, a maior parte nem faz por mal.
    És muito bonita e a tua história inspirou-me. Obrigada por este post. É bom saber que não estamos sozinhos.

    ResponderEliminar
  33. Este anónimo é mesmo mal amado!! Só pode ! Caráter zero. Atrasado mental , e deve ser feio mas mesmo muito feio!! Mas como diz a minha mãe "voz de burro, não chega ao céu ". E não devemos dar importância a quem não a tem, que é este caso, isto foi apenas alguém muito triste que não tem vida própria que não é amado/a por ninguém , que não tem mais que fazer , e resolve fazer este comentário infeliz !

    ResponderEliminar
  34. Sara, muito obrigada pela coragem e pela atitude. É verdadeiramente inspiradora!

    ResponderEliminar
  35. Parabéns pela tua força e obrigada por partilhares a tua história! :)

    ResponderEliminar